As primeiras semanas de gestação vem acompanhadas de muitas emoções e realizações, mas além disso, muitas mulheres experienciam os famosos enjoos. A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) calcula que esses sintomas incomodam cerca de 85% das grávidas, sendo aproximadamente um quarto dessas mulheres, enjoos matinais.
Mas afinal, o que é e qual a causa desse enjoo na gravidez?
O enjoo ou náusea que causam desconforto que são difíceis de descrever, podem ser caracterizadas pelas sensações de “estômago revirado”. O enjoo geralmente começa como um incômodo na barriga, evoluindo até tonturas e a sensação de mal estar.
Para algumas pessoas, os sintomas progridem até o vômito, enquanto para outras, melhoram naturalmente depois de um tempo ou período de descanso. As causas do enjoo são desconhecidas pelos especialistas, porém existe a teoria de que as mudanças hormonais decorrentes da gravidez sejam a origem de tal incômodo.
Muitos estudiosos acreditam que o hormônio gonadotrofina coriônica humana (hCG), produzido pela placenta, desempenha papel expressivo na origem do enjoo matinal. Este é o mesmo hormônio medido em testes que detectam a gravidez nas primeiras semanas. Diversas grávidas também são mais sensíveis a cheiros e odores específicos durante a gravidez, o enjoo podendo ser uma resposta aos diferentes aromas.
A Febrasgo ainda aponta algumas outras teorias sobre o enjoo em mulheres grávidas, incluindo infecção pela bactéria Helicobacter pylori (comum no organismo humano, mais especificamente no estômago), fatores genéticos ou componentes psicológicos, como estresse, por exemplo que pode ser comum com as diversas mudanças do início da gestação, o que pode aumentar o risco de episódios de estômago embrulhado.
E quais são os sintomas do enjoo na gravidez?
De acordo com o Manual MSD, portal especializado em informações médicas, esse incômodo tem várias manifestações e varia de níveis mais leves até estágios mais graves.
Os sintomas mais comuns de enjoo na gravidez:
- Náusea;
- Vômito;
- Perda de apetite;
- Fadiga;
- Tontura;
- Sensibilidade ao cheiro;
- Salivação excessiva;
- Azia;
- Dor de cabeça;
- Desidratação.
Conforme alguns estudos, os sintomas de enjoo costumam se iniciar a partir da quinta ou da sexta semana de gravidez, sendo o pico do enjoo por volta das semanas 8 e 10. Ocorre justamente pela produção do hormônio hGC, mencionado anteriormente, que atinge o valor máximo nesse período inicial de gravidez. Depois da 16a semana, o enjoo tende a diminuir e até desaparecer completamente, e caso os sintomas continuarem após o quarto mês, é necessário que haja investigação médica.
Como o enjoo pode ser tratado?
Apesar do desconhecimento de uma causa exata, existem algumas coisas que mulheres grávidas podem fazer para amenizar o desconforto. Confira as dicas a seguir:
- Coma em intervalos regulares;
- Prefira pequenas porções nas refeições;
- Evite os alimentos que causaram enjoos anteriores;
- Fuja de fortes odores;
- Hidrate-se constantemente;
- Descanse para reduzir o estresse e a fadiga.
Os cuidados básicos são imprescindíveis, mas além disso, é essencial relatar todos os sintomas para o médico responsável para uma averiguação mais profunda e soluções mais assertivas.
Quando o enjoo pode ser grave?
De acordo com a Febrasgo, na maioria dos casos, o enjoo na gravidez é leve e se resolve com o passar das semanas. Existem três perguntas médicas para classificar a gravidade dos incômodos:
- Quanto tempo a náusea durou nas últimas 24 horas?
- Quantos episódios de vômitos ocorreram nas últimas 24 horas?
- Em quantos momentos você observou intensa salivação e esforço para o vômito nas últimas 24 horas?
As respostas têm avaliações subjetivas, muito dependerá da intensidade dos enjoos e da capacidade da gestante de comer sem vomitar. É importante estar atenta aos casos em que a gestante não consegue se alimentar nem se hidratar bem por várias horas.
Os tratamentos vão variar de acordo com a gravidade do caso. Em casos mais leves, o apoio psicoemocional e mudanças na dieta costumam dar bons resultados. Já em casos mais alarmantes, o uso de medicamentos para enjoo pode ser necessário, além de reposição da hidratação, glicose e eletrólitos através do soro intravenoso.
É importante ficar de olho em todas as mudanças decorrentes das primeiras semanas de gestação para cuidar do seu corpo da melhor forma e, além disso, prevenir sintomas mais fortes e perigosos.
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